Genebra, 13 abr (EFE).- A produção de componentes eletrônicos gera mais de US$ 1 trilhão em exportações anuais e já emprega 18 milhões de pessoas no mundo, das quais 6,3 milhões estão na China, que superou os Estados Unidos e o Japão na liderança desse setor.
Assim afirma um estudo publicado hoje pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), diante da primeira grande reunião de organizações trabalhistas e associações patronais de 70 países, a fim de debater o desenvolvimento dessa indústria, nas próximas segunda e terça-feira, em Genebra.
A China é a protagonista da evolução do mercado de componentes eletrônicos, cuja força de trabalho concentra-se em 87% em apenas 20 países (Japão, EUA, Rússia, Alemanha e Coréia do Sul, principalmente).
Globalmente, as mulheres representam 38% dos trabalhadores. No entanto, em países asiáticos, como Malásia, Filipinas, Tailândia e Vietnã, chegaram a ser 50%.
Em países de economias mais desenvolvidas, como Canadá, EUA, França, Alemanha, Itália, Suíça e Reino Unido, a força de trabalho feminina nessa indústria fica entre 25% e 35% do total.
Segundo a OIT, nos últimos anos, observou-se que novos países entraram na concorrência na Ásia (Índia e Indonésia) e no Leste Europeu (República Tcheca, Hungria, Polônia e Eslováquia). Enquanto isso, na América Latina, os únicos atores considerados relevantes são Costa Rica e México.
De maneira geral, “a África e a América do Sul estão ausentes do aspecto de fabricação na indústria das tecnologias da informação”, afirma o relatório.
Em termos de exportações, o comércio de produtos vinculados às tecnologias da comunicação e da informação (telefones celulares, microprocessadores, semicondutores, telas planas, televisores, reprodutores de música, computadores, entre outros) concentra-se em apenas dez países, que contam com pelo 72% do total mundial.
Isso acontece apesar de ser uma indústria com um crescimento dinâmico, considerado maior e mais rápido do que o registrado nos setores agrícola e têxtil juntos.
Assim, o valor das exportações de produtos elétricos e eletrônicos aumentou 2,7% ao ano desde 1995 e alcançou nível recorde em 2004, segundo a agência da ONU.
Por subsetores, a China é o maior exportador de equipamentos eletrônicos de processamento, que alcançaram valor de US$ 62,5 bilhões em 2004, 40% a mais que os EUA (com US$ 43,9 bilhões), seu mais concorrente mais próximo nessa área.
Outros países que superam os US$ 20 bilhões de exportações desses mesmos componentes são Alemanha, Japão, Coréia do Sul e Holanda, indica o estudo.
Devido a sua importância em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), as exportações desses equipamentos são fundamentais para Cingapura e Malásia, já que correspondem a 16% do PIB.
Considerando exportações de equipamentos de telecomunicações, a China volta a estar em primeiro lugar, com US$ 45,1 bilhões em exportações, e os EUA ficam apenas em quarto, com US$ 28,1 bilhões.
O segundo e terceiro lugar são da Coréia do Sul (US$ 36,6 bilhões) e do Japão (US$ 35,9 bilhões), respectivamente.
Por fim, o relatório destaca a grande quantidade de atividades de formação que as empresas devem oferecer para gerar a mão-de-obra requerida por suas operações, pois os sistemas de formação existentes não são capazes de responder com a rapidez necessária as mudanças na demanda por qualificações. EFE